domingo, março 11, 2007

Amor Veleiro



esta ávida maré
estas ancas de centeio
quero que busques meus seios
como quem sobe a montanha
e apascenta rebanhos
nos olhos em cativeiro

vibráteis coxas de enleio
a sede que te acompanha
e amanhece na boca
para adormecer nos pinhais
na caruma feita cama

são seixos das horas dóceis
em marés nuas e beijos
o vestido é o princípio
o despido o corpo visto
o prazer o mor veleiro


poema de Ana Pontes