Amor Veleiro
esta ávida maré
estas ancas de centeio
quero que busques meus seios
como quem sobe a montanha
e apascenta rebanhos
nos olhos em cativeiro
vibráteis coxas de enleio
a sede que te acompanha
e amanhece na boca
para adormecer nos pinhais
na caruma feita cama
são seixos das horas dóceis
em marés nuas e beijos
o vestido é o princípio
o despido o corpo visto
o prazer o mor veleiro
poema de Ana Pontes
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