sábado, abril 05, 2008

nostalgias

Estes quadrinhos a óleo, cujo valor é meramente afectivo, eram de minha avó paterna. Nascida com o século, pintou-os em 1916, jovem nubente, meses antes de se matrimoniar, aos 17 anos (hoje uso as alianças deles, datadas de 1917). Assinava N. (de Natividade, a mãe finara-se no parto) Carreira (dos Carreiras de Côta).
Inesperadamente, calhou-me a tarde para reunião de partilhas. Entre bricàbracs e velharias passaram-me pelos olhos plurais adereços d' antanho. E desde um saco de guardanapo, em linho, bordado à mão, que durante anos me acompanhou à mesa, até às remotas colchas de bragal, grosso e cru, foi um desfiar de memórias, uma revisitação do passado, une sorte de madeleine proustienne...