domingo, agosto 03, 2008

tergiversações in - solitas

Madalena (Miriam), a Maria de Magdala, aquela de quem Jesus expulsou 7 pecados, sobre ela dizendo: Seus muitos pecados serão perdoados, porque ela muito amou; a quem o bispo Hipólito, no séc. III outorgou título de Apostola Apostolorum, por ter sido a primeira testemunha ocular da ressurreição, no Gólgota; in Cântico dos Cânticos, diz a Jesus : Fuge, dilect mi, e mais à frente acrescenta, Fugi, ó meu bem amado, com a rapidez de um cervo. Fugir do amor... parece ser este o fundamento da estranha exortação. Numa Cantiga d'Amigo do tipo da infra dita (esta é uma mera paródia agora escrita), o cervo é o símbolo fálico masculino (S. Reckert), o que esperava a donzela, nas manhanas frias, quando ao rio levava a roupa (Em Aquilino, in Andam Faunos pelos Bosques - 1926 - , o cervo = ao fauno, nessa fantástica ficção satírica). E aqui?

No frio pela manhã

Sperava eu ao amigo

Quando d'entre o silvedo

Veio o cervo ter comigo.

Alvorecia no rio

Ao amigo eu esperava

Quando d'entre o pinhal

O cervo me desejava.

Ao cervo me rendi eu

Na tardança do amigo

As águas do rio volveram

Em louca deram comigo.