os mortos de maio
I.
Confiam os mortos nos vivos nunca mais vis
E quando partem em Maio enfurece-se a terra
Silvanas e sereias sandias dessedentam-se
No enxofre das fendas e dos sargaços ávidas.
II.
Confiam os mortos que os vivos morrerão
E que antes disso, por breve tempo
Serão sua memória e talvez prece
Muitas vezes loa ao invés de contrição
Uma colcha de fausto velho, jarra de clara porcelana
Gladíolos ansiosos na agonia precoce
E repulsiva do cheiro acre já jacente.
III.
Confiam os mortos na extinta vida maldição lavrada
Praga rogada castigo por cumprir
E que a morte é recompensa.
Sono sem pesadelos ou mau dormir.
IV.
Perdido o ser o morto coa o tempo último
O do esquecimento.
V.
Confiam os mortos na sua mercê
E na cinza negra antes do fogo a esgaçar.
VI.
Os vivos nunca mais vis
Só num sopro quase fresco
Sussurrarão queimado adeus
Aos que imóveis e frios alijaram o ardor
Já só odres da mais fétida podridão.
VII.
Confiam os mortos de Maio nos vivos nunca mais vis
Agora que já o tempo foi enfim perdido.
Confiam os mortos nos vivos nunca mais vis
E quando partem em Maio enfurece-se a terra
Silvanas e sereias sandias dessedentam-se
No enxofre das fendas e dos sargaços ávidas.
II.
Confiam os mortos que os vivos morrerão
E que antes disso, por breve tempo
Serão sua memória e talvez prece
Muitas vezes loa ao invés de contrição
Uma colcha de fausto velho, jarra de clara porcelana
Gladíolos ansiosos na agonia precoce
E repulsiva do cheiro acre já jacente.
III.
Confiam os mortos na extinta vida maldição lavrada
Praga rogada castigo por cumprir
E que a morte é recompensa.
Sono sem pesadelos ou mau dormir.
IV.
Perdido o ser o morto coa o tempo último
O do esquecimento.
V.
Confiam os mortos na sua mercê
E na cinza negra antes do fogo a esgaçar.
VI.
Os vivos nunca mais vis
Só num sopro quase fresco
Sussurrarão queimado adeus
Aos que imóveis e frios alijaram o ardor
Já só odres da mais fétida podridão.
VII.
Confiam os mortos de Maio nos vivos nunca mais vis
Agora que já o tempo foi enfim perdido.
<< Home