sábado, julho 04, 2009

asymptôtos

Nunca sei precisar de ti
-- Mas é mentira.
Ou melhor, nunca te disse quanto preciso de ti
Porque não sei dizê-lo.
E após tanto silêncio
Também já não me ouvirias,
Porque as minhas palavras
Tomaram o rumo do ruído,
Perdido o sentido do som.

E acho até, se numa hora triste
Ou corajosa o ousasse,
Primeiro ficarias perplexa
Do desuso do sussurro
Depois, por instantes, alarmada
Enfim, ririas de jeito rouco
Porque terias percebido
O delírio ou a ficção -- ou ambos juntos
Moeda única de um dizer sem valor
E atóno, que é sem ternura.