quarta-feira, julho 29, 2009

Convento de Nossa Senhora da Assunção, Tabosa (II)

Incessante, o retorno, a revisitação dos lugares que trazemos no coração. O caso do Convento da Tabosa, sobre o qual, num post infra já resenhámos alguma história. Neste topos tão permanente na memória vívida de Aquilino Ribeiro, na obra O Valeroso Milagre e A Via Sinuosa (o topónimo Convento de S. Francisco de Caria é mais "despiste" de Penélope ...), respira-se uma magna calma e uma tão grande espiritualidade que nos apetece por ali deambular, horas a fio, seguindo os passos cuidosos e o gesto amável do feitor, Senhor Júlio, como nós dado à conversa e cheio de ufania do sítio de seus afectos. Ontem o "Público" trazia uma reportagem de 2 páginas sobre a sua história.
Assim, os recantos, tão dados a um pungente isolamento e bucólica reflexão.
Todo um discurso se desprende destas pedras, uma memória das suas madeiras, mil olhos de suas janelas.
As janelas... quadradas na sua receptividade ao que, dos céus é enviado.

O nosso velho amigo, Ten-Coronel Pedro Osório Bandeira Calheiros, que ontem foi "compagnon de route", na mina que fornece de água o Convento, 400 metros a seu montante.
Perfeita, aqui, a 3ª dimensão que a Renascença nos trouxe na pintura....
A esbeltíssima colunata Toscana dos Claustros.
Ontem, por feliz acaso, tivemos o gosto de conhecer e almoçar com o actual proprietário do Convento, Dr. Luís Mergulhão, descendente de sua fundadora, D. Maria Pereira, que num gesto nobre readquiriu o Convento, de novo o trazendo à posse da família, e que, com rara sensibilidade, determinação e respeito pela memória da História e do local, está a empreender o seu restauro e a acarinhar iniciativas (também internacionais) visando a divulgação deste 12º e último Convento Cisterciense, de Portugal.
(Clique nas imagens, para as aumentar)

Um céu, assim azul, onde o granito se recorta, nas suas arcarias plurais, à mão férrea da vontade humana de uma mulher talhado...
Deo Gratia!