quinta-feira, agosto 13, 2009

Aquilino e Cristovão Moreira de Figueiredo

Pouco ou nada se tem falado de uma relação de Aquilino Ribeiro, tão mais interessante quanto, para nós, se prende com um viseense, ainda para mais, avô materno do nosso querido amigo Arqº Henrique Moreira Y Torres.
Cristovão Moreira de Figueiredo (1891-1962) foi professor e director da Escola Comercial e Industrial de Viseu. Estudioso, crítico, historiador, foram muitas as facetas que o distinguiram. Porém, a amizade que o ligava a Aquilino Ribeiro, está, ainda, um pouco esquecida. Sabemos que Aquilino quando queria privilegiar alguém com o seu afecto, a sua amizade, o seu reconhecimento, lhe dedicava uma obra. Também é este o caso. "Mónica", publicado em 1939, pretende ser o novo romance urbano onde retrata a média burguesia de Lisboa nos anos 20. Voltaremos a este assunto.
Na revista "Beira Alta", uma das mais ínsignes e antigas publicações da região, nº IV do Ano XI (1952) vem um precioso e erudito artigo de Cristovão de Figueiredo, intitulado "Viação Romana das Beiras".
Mais precioso se torna por ser dedicado "A Mestre Aquilino Ribeiro, glorioso Homem de Letras e Autor de 'Os Avós dos nossos Avós" e trazer um prefácio do Escritor, longo de 12 páginas, a provar, sem dúvidas, que o assunto muito o interessa e grande amizade tem pelo seu autor.
Começa assim: "Cristovão Moreira de Figueiredo, meu excelente amigo" ... deste modo se concluindo: " A Beira antiga, depois que se olha para os seus castros e os monumentos que chegaram até nós, os megálitos com inscrição ou sem ela, as lápides funerárias, os cipos e a demais poeira arqueológica, fica explicada. Moreira de Figueiredo deu grande impulso a essa obra de compreensão. Para sabermos o que queremos, o que somos e onde vamos, não há como conhecer o que éramos. Tudo no mundo é uma cadeia, hoc propter hoc. Sucedemo-nos, mudando apenas de forma. A essência persiste única, inalterável até à consumação dos séculos."
Na fotografia supra, tirada da obra de Fernando Namora, "Aquilino Ribeiro", Galeria Artis, 1963, cujas legendas estão trocadas, a de cima foi feita na Feira Franca de Viseu, e a de baixo na Soutosa, em casa do Escritor, CMF é o 1º da dta. em pé; na 2ª é o 1º da esq.
Além de Aquilino reconhecemos ainda sua esposa e nora, o jornalista Gilberto de Carvalho e o advogado, escritor e deputado Carlos Olavo Azevedo.
Pelo muito interesse que este assunto tem para nós, retomá-lo-emos brevemente.