Aquilino e Cristovão Moreira de Figueiredo
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Cristovão Moreira de Figueiredo (1891-1962) foi professor e director da Escola Comercial e Industrial de Viseu. Estudioso, crítico, historiador, foram muitas as facetas que o distinguiram. Porém, a amizade que o ligava a Aquilino Ribeiro, está, ainda, um pouco esquecida. Sabemos que Aquilino quando queria privilegiar alguém com o seu afecto, a sua amizade, o seu reconhecimento, lhe dedicava uma obra. Também é este o caso. "Mónica", publicado em 1939, pretende ser o novo romance urbano onde retrata a média burguesia de Lisboa nos anos 20. Voltaremos a este assunto.
Na revista "Beira Alta", uma das mais ínsignes e antigas publicações da região, nº IV do Ano XI (1952) vem um precioso e erudito artigo de Cristovão de Figueiredo, intitulado "Viação Romana das Beiras".
Mais precioso se torna por ser dedicado "A Mestre Aquilino Ribeiro, glorioso Homem de Letras e Autor de 'Os Avós dos nossos Avós" e trazer um prefácio do Escritor, longo de 12 páginas, a provar, sem dúvidas, que o assunto muito o interessa e grande amizade tem pelo seu autor.
Começa assim: "Cristovão Moreira de Figueiredo, meu excelente amigo" ... deste modo se concluindo: " A Beira antiga, depois que se olha para os seus castros e os monumentos que chegaram até nós, os megálitos com inscrição ou sem ela, as lápides funerárias, os cipos e a demais poeira arqueológica, fica explicada. Moreira de Figueiredo deu grande impulso a essa obra de compreensão. Para sabermos o que queremos, o que somos e onde vamos, não há como conhecer o que éramos. Tudo no mundo é uma cadeia, hoc propter hoc. Sucedemo-nos, mudando apenas de forma. A essência persiste única, inalterável até à consumação dos séculos."
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Além de Aquilino reconhecemos ainda sua esposa e nora, o jornalista Gilberto de Carvalho e o advogado, escritor e deputado Carlos Olavo Azevedo.
Pelo muito interesse que este assunto tem para nós, retomá-lo-emos brevemente.
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