sexta-feira, abril 20, 2007

um grande amor


I. Estar apaixonada é a pior doença. A minha vocação é estar sempre doente. Irremediavelmente, seguidamente, profundamente, permanentemente doente.


II. É verdade, o amor que me falta. Concretamente é isso que me falta. Um grande amor para as margens do rio e para as ruas brancas da cidade. Um grande amor de dia e de noite. Um grande amor selvagem e macio, e ao mesmo tempo frio, leve e frio, como o ar que respiro de noite nas ruas da cidade.

Enfim, um grande amor que eu já não tenha usado.


Yvette Centeno, Três Histórias de Amor, Porto, Ed. Asa, 94.