dormirei contigo a noite longa do inverno
e sujeitarei ao frio a angústia
e a pena esquiva do capricho
na escuridão apuraremos os sentidos
misturando hálitos com os sons
resgatados aos gestos a pairar
ecoarão vozes de vertigem
filtrando na fraga a espuma
sobejada das palavras ciciadas
assim se alcançará consolo
acalento e desalento da maré
esmoedora na pedra depurada
a viagem empreenderá o tempo
trôpego aconchego do sentido
pólen burilado nas asas da borboleta negra
a espuma lavará suores do sono
enquanto dos corpos titubeos e geadas
despertam com furtada lágrima
a noite longa do inverno é uma longa viagem
do pensamento no pensamento
sob a ramada no limiar da messe umbrosa
desalenta a fricção dos náufragos no remo
húmido da jangada o corpo bóia
nos laivos silentes dos feitiços arquejados
a aflição amplia o eco à noite
avisador das algas emaranhadas
no labirinto tecido à luz do tacto
nos nós as vozes não desfazem
enleamentos junto aos ventres
onde resfolga tensão em sustido esvaimento
a noite longa refulge o paraíso do momento
e retém a filigrana das asas da borboleta negra
tão frágeis na luz da noite envidraçada
e o vento exausto corre as poalhas do corpo
pelos campos com canaviais
fontes do assobio da dor
junto ao peito de ufano alteado
exalta-nos o respigo da noite
extático requebro em ti retido
na noite longa do inverno frio
ladroa a neve não afronta
nem os hálitos gelarão nos decantados sons
de corpo ao corpo os poros se salpicam
talvez a espuma das marés
à luz da lua no molhe atraiçoadas
acolhidos brilhos da noite em teus olhos
amaina a perpassada alma
entre corais afiados nas águas revoltadas
e por fim rebate na fraga o remo
e ouço êxtases e augúrios sibilados
no teu ventre onde me minto e juro
dormirei contigo a noite longa do inverno
e em teus braços rodarei meu pulsar
tronco em torno carinhoso por tuas mãos cavado
pn, in ave azul
e sujeitarei ao frio a angústia
e a pena esquiva do capricho
na escuridão apuraremos os sentidos
misturando hálitos com os sons
resgatados aos gestos a pairar
ecoarão vozes de vertigem
filtrando na fraga a espuma
sobejada das palavras ciciadas
assim se alcançará consolo
acalento e desalento da maré
esmoedora na pedra depurada
a viagem empreenderá o tempo
trôpego aconchego do sentido
pólen burilado nas asas da borboleta negra
a espuma lavará suores do sono
enquanto dos corpos titubeos e geadas
despertam com furtada lágrima
a noite longa do inverno é uma longa viagem
do pensamento no pensamento
sob a ramada no limiar da messe umbrosa
desalenta a fricção dos náufragos no remo
húmido da jangada o corpo bóia
nos laivos silentes dos feitiços arquejados
a aflição amplia o eco à noite
avisador das algas emaranhadas
no labirinto tecido à luz do tacto
nos nós as vozes não desfazem
enleamentos junto aos ventres
onde resfolga tensão em sustido esvaimento
a noite longa refulge o paraíso do momento
e retém a filigrana das asas da borboleta negra
tão frágeis na luz da noite envidraçada
e o vento exausto corre as poalhas do corpo
pelos campos com canaviais
fontes do assobio da dor
junto ao peito de ufano alteado
exalta-nos o respigo da noite
extático requebro em ti retido
na noite longa do inverno frio
ladroa a neve não afronta
nem os hálitos gelarão nos decantados sons
de corpo ao corpo os poros se salpicam
talvez a espuma das marés
à luz da lua no molhe atraiçoadas
acolhidos brilhos da noite em teus olhos
amaina a perpassada alma
entre corais afiados nas águas revoltadas
e por fim rebate na fraga o remo
e ouço êxtases e augúrios sibilados
no teu ventre onde me minto e juro
dormirei contigo a noite longa do inverno
e em teus braços rodarei meu pulsar
tronco em torno carinhoso por tuas mãos cavado
pn, in ave azul
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