sexta-feira, janeiro 25, 2008

Fernando Echevarría

LEVANTA-SE DE HAVER O MAR, IMENSA
concavidade só da solidão.
Mais nada entre eles. A não ser a ausência
implícita do brilho que constrói
vultos que ilustram a passagem lenta
a entrarem por um brilho ainda maior.
Esse que apaga o nimbo de tristeza
que envolve quanto passa sob o sol.
Haver o mar levanta-se. Acrescenta
ver. Para que ver seja só ver, e só.
Variações sinfónicas, 3. in Uso de Penumbra (1995)