cantiga de Maio
Não há em Maio dias assim. Inconstantes no humor e bravos de chuva e cinza, são eu numa frivolidade irada. E até o ardor no estomâgo. Murro dado por mão recusada no bom grado ora estendido em hora má. O guarda chuva recém-trocado no chinês por uma moeda de euro é igual a mim. Abre-se e está pando, tem duas varetas partidas e eu amolgado sorrio à curiosidade dos olhos que me molham e desço indiferente a rua Direita. As lajes de tão lavadas são pêgos de corgo - edredon de lágrimas cozido à pele.
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