o Carreira de Côta
Chegou-me em tempos às mãos este opúsculo onde o Júlio Rocha e Sousa, de Barrelas, compulsa memórias de um seu tio-avô, sobre uma estória desenrolada entre 1893/94, da qual é protagonista um jovem de 20 anos, com quadrilha de salteador e violador, entretanto detido e julgado, que era sobrinho de meus tios-bisavôs, Padre Carreira e Joaquim Coelho Ferreira Carreira, que já muito tinham feito e pago para o livrar da justiça, em vão, pela reincidência.
O conteúdo apenas tenta realçar o avoengo do autor e pouca notícia dá acerca do Carreira, do seu nome completo (bastava ver no auto de detenção, ó Júlio!), da pena aplicada & etc.
Em termos de descrição do dito, pouco mais refere do que isto: "sobrancelhas e barba loira (...) um olhar estranho mas sereno".
Eu próprio recordo ouvir dizer ter o autor aparecido em casa de minha tia-avô, Cidalina de Almeida Pereira Carreira (a saudosa Titói), dizendo-se meu amigo, para obter autorização de fotografar os quadros dos tios, que efectivamente aparecem mal copiados no opúsculo, e alegando ser para um trabalho de pesquisa sobre os Carreiras... (de facto foi, ó Júlio, mas meia-verdade é sempre igual a meia mentira!).
Em suma, valimento da "coisa": saber de um avoengo-primo, do tipo José do Telhado, mas em miniatura e sem o nível, a coragem e o alcance daquele.
Um mero marginal serrano e laparoto, de boas famílias, e sem justificação plausível que lhe desse calçadeira aos actos...
Por falar nisso, há dias, numa relação de bens de uma herança de família, apareceram duas enormes e muradas matas sitas, precisamente, em Nogueira de Côta, naturalmente, espólio oriundo desse tronco. Lá estão...
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