segunda-feira, outubro 20, 2008

Pedras

Silenciosas pedras
sulqueadas em seus troncos
guardam eremitérios
pululados d'idos ânimos.

Arcas retalhadas
lavradas cantarias
florigélios de cinzel
carantonhas escopradas
pétreas cruzes
anhos e águias
tormentosas fácies
em giros minguados
no cardinal eixo dos claustros
erigidos na cabeça da serpente traspassada.

Ainda como se o jogral harpasse liras
pan frautasse nos canaviais d' antanho
ou são gregório em lausperenes
chasqueasse no nó górdio da crasta.

As pedras
limiar dos mundos
madres abertas no absoluto dos espaços
sólidas vigas vigilantes
atalaias do tempo ausente
nas almacaves da noite.