Palavra de domingo
1.
o caminho, lento o caminho...
de atalhos e enigmas
feridas na pele
e veias soltas a acenar
nas bermas do caminho
2.
de cada vez
por superstição
num só ponto de teu corpo
me fixo
modo de partir desejo
e o fragmento
assim ido ao meu encontro
só afago desperta
3.
do ponto que a tua voz escolheu para o chamamento
se ergueu parede a tanta cal estucada
— meeira do ponto da audição —
que o som no umbral perdido
me fez crer-te de vez ausente
perdendo-te assim mais na voz
pela presunção antiga da perdição presente
4.
tão do nada conversámos
quão átonos os sons
velavam tal pudor
5.
quais fronteiras no corpo erguer?
deserto sem ti
perco limites
e às pragas cedo
6.
rara visitação a que me fazes
porém
quando buscas espontânea minha ferida mão
perdem as ofensas o fulgor
e por aí cruzo o pórtico da entrega
7.
igualar teu gesto
o da oferta mera e cândida
é iguaria que parco meu espírito
de seu complicado natural da vida dado
não descortina nem alcança
na teia no cume inútil urdida
o caminho, lento o caminho...
de atalhos e enigmas
feridas na pele
e veias soltas a acenar
nas bermas do caminho
2.
de cada vez
por superstição
num só ponto de teu corpo
me fixo
modo de partir desejo
e o fragmento
assim ido ao meu encontro
só afago desperta
3.
do ponto que a tua voz escolheu para o chamamento
se ergueu parede a tanta cal estucada
— meeira do ponto da audição —
que o som no umbral perdido
me fez crer-te de vez ausente
perdendo-te assim mais na voz
pela presunção antiga da perdição presente
4.
tão do nada conversámos
quão átonos os sons
velavam tal pudor
5.
quais fronteiras no corpo erguer?
deserto sem ti
perco limites
e às pragas cedo
6.
rara visitação a que me fazes
porém
quando buscas espontânea minha ferida mão
perdem as ofensas o fulgor
e por aí cruzo o pórtico da entrega
7.
igualar teu gesto
o da oferta mera e cândida
é iguaria que parco meu espírito
de seu complicado natural da vida dado
não descortina nem alcança
na teia no cume inútil urdida
<< Home