segunda-feira, fevereiro 09, 2009

como um côrrego...

diluía-se num açude de desejo escuro e regurgitante num roçagar contínuo das mesmas águas sobre os mesmos seixos mesmos limos mesmos leitos de abraços revoltas tumultos ocultos revoadas ácidas iras refluentes na fundição de todos rumorejos suaves delírios ânsias insanes lírios ondeantes de cor caule odor e dor estremecimento espasmo de inquietude sem açaimos vibrante enérgica exultante ao pedir trégua e paz fuga das seivas açude de desejo aceso suaves murmúrios das diluições perdição mistério água negra véu pudor de nosso amor boca e bulha de gritar-te alerta de conter-te fuga e fúria fogo e dor sofrido amor ido ensejo no açude de desejo