sábado, outubro 17, 2009

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Volvida a hora de me apartar do teu corpo onde muito e tanto me acatei, um quebranto no todo me tomou, num enleio de saudade torva, rija, pungida e triste, assim como a modos de um transe quase ríspido d’estupor, quietação e apatia, já do som da fala ausente.
Ao silêncio mudo me votei, sem surgidoiro alvoroço de tom ouvido e da esperança alcance.
Foi num trémulo espasmo refinado, relutante e ciente, pois intuído daquela aurora não vir envolta em bruma senão véu de despedida.
No chão rigor do desespero te mirei cravado olhar, a tal atalaia rogando cativeiro. Cerraste-te ainda mais pela pálpebra leve e pávida, ainda há pouco ondeada de um tremor gozado, galerno e ciciado.
Nem discerni mais se o espigo d’água a banhava do fio de meus lábios solto, ou se era lágrima escorrida do ânimo bravo em ti nascente.
Enfim, frustrado intento de audácia, ainda mágoa ou míngua pressenti, mas no logro rilhado em ricto entrevi ser desdita a voz de teu desígnio e lacónica a fala concisa do adeus.