Nos derradeiros rochedos,
A deserta árida serra
Por entre os negros penedos
Só deixa viver mesquinho
Triste pinheiro maninho.
(...)
Aí, na quebra do monte
Entre uns juncos mal medrados,
Seco o rio, seca a fonte,
Ervas e matos queimados,
Aí nessa bruta serra,
Aí foi um céu na terra.
(...)
Que longos beijos sem fim,
Que falar dos olhos mudo!
Como ela viva em mim,
Como eu tinha nela tudo,
Minha alma em sua razão,
Meu sangue em seu coração!
(...)
A. Garrett, Cascais
<< Home