terça-feira, abril 15, 2008

... esculpida posse...

No planalto de lapas apriscos segado a vento do nordeste a terra dura negra avara de grão fechado o córrego manso de alegria estreita límpida e as pedras Senhor... aquelas pedras de granito perfiladas lascas de pedras à mão férrea afeiçoadas às costas vergadas levadas as pedras aos milheiros acamadas encostadas caprichosas rufionas rendidas à mão que poisa acerta encaixa ergue trava baixa soergue constrói o muro de granito tão limpo d' adobe nem cimento só o imóvel porte e séculos de algidez ademais anos de canícula uivos de vento gritos de vento excruciados ventos cordas de chuva neve ladroa concubina impávidas as pedras dos muros da Nave marcas certeiras zelosas da posse onde o mísero agros minguado é forro foro de pragas vida morte ao lado erecta do colmo destelhada a velha casa de outrora nem patim só a mesma pedra mais cerrada térrea arrimada à coorte gémea lura de zagais e bestas irmanados no louvor labor homens animais iguais a manjar da terra rasgar a terra a bruta serra cagar na terra no mesmo riacho saciando sedes engrolando noutes de bafos imos partilhados arfares medos frios sem torgo rijo na pedra ardido e o calor das palhas alhas a pétrea dureza dos dias insensatos sem sentido Alvite Viduinho Cerdeira Touro a Serra da Nave na Terra do Demo andurriais de rochas rotas de soltas pedra mais maninha que milhão alvos poeirais estios afora neves de cantaril tojos giestas esmos de carqueija além débil pinheiral um latido um uivo um grito um céu baixo de cinza a fossar no solo ossos em serguilha encardida rilhando o pão de codesso a batata de singelo e uma vida assim Senhor é vida?