sábado, dezembro 13, 2008

Escoado...


Venho de almoçar em Barrelas. Já há muito não era tão "ferrado" pelo frio daquela invernia. É um frio sério, composto, íntegro. Um frio que nos deixa a chorar e de barba molhada com a respiração. Um frio como que uma cortina, que às 15h00 se cerra, trazendo uivante a já sombria noite. Et pour cause, toca de almoçar um escoado! O quê? Não sabem o que é um escoado??? Meninas urbanas...! Um escoado é a modos que um cozido beirão. Mas, para melhor. Feijão vermelho caseiro (do rebenta panelas), cozido com couve e nabo da horta. Muito azeite com alho. Chouriças -- feitas em casa -- de carne e boche (a dos couratos) e toda a parafernália gorda de carne cozida de porco: orelheira, chispe, tromba (com sua licença!), cabeça, banda, toucinho, salpicão... aiii! (mais meio litro de água do poço). Gasto os motiliuns e os legalons todos! Quando desamesendei já estava todo basófias, de peito feito ao frio que me encolhera na chegada. A natureza, lá, é assim. E as pessoas, com tudo se defendem. Até e também com a mesa! E como à mesa não se envelhece, diz o aforismo, venho remoçado e com o ácido úrico dobrado... Amanhã volto lá, por penitência, que é preciso dar castigo ao corpo! (É a minha espécie de cilício, percebem?).