quinta-feira, abril 02, 2009

apófrades

Regresso ao tempo dos mortos, apenas na memória presente. Ao espaço vazio, dantes por todos tão cheio. Tento refazê-lo e recriar personagens, e falta-me o som, a cor, o cheiro. Só sobram sombras. Exercito uma engenharia vã, e a compasso, enraivo-me por não recordar sequer a voz, ter ficado quase sem nada de ti. Esta névoa, tanto fumo, tal toldar... Ter-te assim perdido! Porque me desmoram? Só, com ilusão e rancor, o tempo morto não é onde se vá.
"mal vivemos quando o diverso se gasta", Yeats