domingo, junho 21, 2009

meta morfos


Ausento-me do movimento e só o pensamento percorre correndo os espaços perdidos no tempo ido. Na légua do meu redor tudo se transfigura. Esboroam-se as casas, tábua a telha. As pessoas conformam-se à velhice, sob rugas e maleitas escondidas. Dobra a finados, num som que já só quase eu ouço, o do sino-sinal também de festa, fogo, morte, júbilo, ressurreição, na torre solitária e parda da igreja antiga, quase ao alcance da mão direita, no velho quarto da velha casa, a poente volvido, onde imóvel morre olhar e fala, enquanto a noite vai caindo.