Portas & janelas de Fonte Arcada



Aqui (infra) nesta porta velada de teias morosamente urdidas, ficaram esquecidos (porquê?) os artefactos da lavoira, do carro dos bois... Gente descuidada ou drama imprevisto?



A contrastar com o janelo, diminuto, mas com mísula lateral, talvez para um florido vaso, numa singela garridice.


Quando chego a uma aldeia e começo a remirá-las, quase me atrevo a fantasiar sobre a personalidade dos seus (ex) habitantes, tristezas e alegrias, seus hábitos, costumes e tradições, estatuto social, pobrezas e riquezas, através das madeiras usadas, o castanho, o carvalho, o pinho, a cerejeira... das cores, dos formatos, das fechaduras, dos cravelhos, da dimensão (altura/largura), do seu enquadramento, torsas, tímpanos e silhares, mísulas, pilastras, alpendres...
Para muitos, são despiciendos e utilitários artefactos, outros nem as vêem, ou perderam olhos de ver, eu pranto-me pasmado a prescrutá-las e a ouvir ecos, litanias do passado, espécie de demiurgia da organização de um cosmos pessoal.
Também, com a idade que tenho, já ganhei o direito (ou o dever?) à insania!
Et... pourtant, je m'en fous...!
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