Se calhar, nem tudo está perdido...
... este era o título de uma msg enviada pelo meu bom amigo P. Calheiros, com um filme onde se via um adolescente de 16/17 anos, numa praia do norte da Europa (provavelmente) num dia de frio (pelos agasalhos dos transeuntes) a lançar-se a um braço de mar para salvar um cão de uma senhora de idade. O que fez, com eficaz sucesso e despretenciosismo. Como se fosse trivial.
Hoje, a jusante do bosque onde passeio, normalmente, os meus cães, pelas 14H30, vi um jovem de 10/11 anos atravessar a rua com três saquinhos de lixo nas mãos, em direcção ao ecoponto. Com o escrutínio feito, sem hesitar, deitou os sacos nos três sítios certos. Entretanto, vi-o agachar-se e começar a remexer na profusão de sacos que tinham sido despicientemente lançados para o chão, por pouco cuidosas mãos, decerto apressadas e adultas. Pensei, coitado, terá fome e anda a ver se encontra de comer. E ao mesmo tempo que um vago dó se me acercava da garganta, percebi, de repente, que o miúdo apenas vasculhava os sacos para saber do seu conteúdo e os deitar no ecoponto adequado. Demorou, talvez 10'. Deixou o sítio limpo, sacudiu as mãos e, sem olhar para trás, como um pardalito, a saltar, foi-se embora para casa, presumo. São exemplos destes que nos fazem acreditar que ainda há esperança. Este miúdo tem, de certeza, pais preocupados com a educação, com o ambiente e com o futuro, terá bons professores e, mais importante de tudo, tem uma consciência ecológica e rigores de cidadania que faltam a muitos adultos. Ganhei o dia!
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