terça-feira, setembro 14, 2010

Soutosa - Noite Republicana - (13 Setº 1885 / 2010)










Ontem, dia 13 de Setembro de 2010, festejar-se-ia o 125º aniversário do nascimento de Aquilino Gomes Ribeiro, no Carregal, Sernancelhe.
Ontem, dia 13 de Setembro de 2010, festejou-se o Centenário da República na Casa de Soutosa, com a presença de dois notáveis republicanos: Aquilino Ribeiro Machado e Mário Soares.
O pátio das tílias plantadas pelo Escritor, seu "palácio dos pardais", acolheu uma tenda que albergou largas dezenas de ouvintes, que ali se deslocaram de vários pontos do distrito, para ouvirem os dois notáveis oradores.
Aquilino Ribeiro Machado, contra seu hábito de usar, com muita eloquência, o improviso, leu a sua comunicação. Decerto porque não desejaria dispersar-se da importância do que queria dizer. E falou, no seu modo cativante, erudito e emotivo da República, dos inúmeros republicanos que conheceu e com quem privou de perto, seu avô Bernardino Machado incluído, de Acácio Gouveia, de seu Pai, do tempo das modas das Fundações, daquilo que espera a FAR venha a fazer, agora que se alteraram os seus Estatutos e vão passar a ter assento na Administração os autarcas das Terras do Demo, Sernancelhe, Moimenta da Beira e Vila Nova de Paiva, falou da Educação, em Portugal e do estado lastimoso a que foi conduzida por "tutelas de pacotilha", falou dos mega-agrupamentos que desertificam o País, falou de uma política de números e duma ausência de política de leitura. Foi um discurso a seu modo e jeito: interventivo, actual, intelectualmente sério, desassombrado, corajoso... em suma, conforme aos pergaminhos da sua origem.
De seguida, Mário Soares evocou o advogado moimentense com quem partilhara durante seis meses uma cela, Acácio Gouveia e, "separando as águas" recordou o genial escritor do Carregal. De seguida, bem humorado, desfiou um rosário de histórias da República, dos republicanos com quem conviveu, do momento em que, na Alemanha, soube do 25 de Abril, da sua partida para Paris e do seu regresso a Lisboa...
Ia a noite chegada às zero horas, quando os dois distintos comunicadores deram por finda as suas prelecções. Horas de partirem para Lisboa, estes dois "resistentes", Mário Soares com 85 e Aquilino com 80 anos, a custo deixados pelo público participante, jornalistas e muitos políticos locais.
(Nota: Naturalmente com excepção da 1ª imagem, de A. Ribeiro, todas as fotos, boas e más, são da autoria de Paulo Neto)