terça-feira, dezembro 19, 2006

mal chamada



chamei-te em vão todo o estio
não poupei teu nome à noite
e no dia longe o levaram as aves
talvez teu nome não fosse a tua essência
nem se apoderasse de ti
e por tal teu ser não reverteu em mim sequer seu eco
e hoje que lavei teu ser do nome que não lhe era
nomeio-te saudade com que fiquei
ténue e imperecível
como um crepúsculo triunfante de outro estio

eras minha lei costumo e uso
e hoje sem nome
noutras leis costumes e usos
me engendro ausente
como tu
algures
mal chamada