(...)
não sei quando foi que misturámos tanta coisa na mesma fala, o risco na garganta e nós na zona vermelha do entendimento, só a tua pele na minha, os lábios sumarentos, mel macio no peito, beijos loquazes e derradeiros, finitos na sua demência, línguas e lugares do corpo lambuzados de desejo e as ancas, as ancas como enfusas de matar a sede.
o risco de perder a bússola no corpo vasto de dunas e refúgios, o risco de emergir num tempo novo e puro, para nunca mais voltar ao lado urbanizado da existência. quando nos isolávamos assim do mundo, eu não era nada sem as tuas mãos, o teu calor e o teu refúgio e tu, no meu mundo confuso, de terceira dimensão, para além do principado ardente dos sentidos, tu, eras-me tudo.
o risco de perder a bússola no corpo vasto de dunas e refúgios, o risco de emergir num tempo novo e puro, para nunca mais voltar ao lado urbanizado da existência. quando nos isolávamos assim do mundo, eu não era nada sem as tuas mãos, o teu calor e o teu refúgio e tu, no meu mundo confuso, de terceira dimensão, para além do principado ardente dos sentidos, tu, eras-me tudo.
Ana Pontes
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