segunda-feira, agosto 13, 2007

canto escuro

Introdução:

Dia 13 sem graça que lhe assista nem desgraça que lhe venha…

Desenvolvimento:

1. Há dias em que a brisa gera atritos e o sol inércias
2. No corpo lasso ossos e músculos não se articulam
3. O olhar perde o élan do horizonte e cai só no ocaso
4. As mãos ansiosas nos bolsos buscam esconso abrigo
5. Os dentes cerram-se com a força hirta das maxilas
6. As palavras escondem-se na garganta negra depuradas
7. Um sono profundo alivia ardores alvares do olhar vil
8. O corpo tenso nas tábuas duras do chão acha repousos
9. A cabeça liberta espasmos rés aos fundos da água fria
10. E lá enfim no mor silêncio azul tudo se concilia álgido

Conclusão:

Há dias assim com alvoradas tardes e noites de longas quase infindas
Como a peregrinação que não vê chegada a meta aos pés esfacelados
Nem a ara de veio azul do granito musgado à mão carente de a tocar