domingo, setembro 30, 2007

idiossingrafias 4

Puxador dourado de uma cómoda do quarto de dormir. Frio. Dou-lhe mais vezes a mão do que a qualquer outra mão. Sem afago. Para abrir o gavetão. Quantas mãos antes da minha mão? Quantas mãos depois da minha mão? Impávida coisa inalterada sobrevivente a todos os tempos.
Antes do computador, escrevia nesta Royal de Luxe. O meu pai também. Antes dele o meu avô. Tem os dígitos de três gerações impressos nas férreas teclas luminosas...
Reposteiro do escritório. Quente, filtra a luz em castanho. Filtra os sons de fora em silêncio e dá um ambiente acolhedor e propício à interiorização. Não deviam ser assim, todos os cortinados?