sexta-feira, abril 10, 2009

Castelo de Ferreira

O tempo é voraz. Nas pessoas e nas casas que elas habitaram. Estamos na freguesia de Castelo de Ferreira, concelho de Sátão. Nesta casa, outrora abastadíssima, hoje em ruínas, brinquei dias a fio, horas sem conta...
Aqui, na mina, com um arrepio de frio e medo, vínhamos buscar a água fresca para as refeições, feitas na sala sombria de tectos apainelados em madeira de castanho, muito escura, a uma longa mesa por cima da qual pendia um candeeiro de ferro forjado, donde brotava a luz por um belo bouquet de tulipas finamente cinzeladas, obra-prima do Mestre Malho (amigo de Aquilino)...
Esta é a porta da entrada (com cadeados!?) para a hoje inexistente capela da casa, que tinha como padroeira Nossa Senhora da Esperança, cuja magnífica imagem sacra, esculpida em madeira, com mais de um metro (séc. XVII) está hoje em posse de minha prima H. Ferreira. Nesta casa viveu meu tio-avó António de Almeida Pereira Carreira, e sua mulher Adelina (pai e madrasta daquela).
O tempo... a rir-se de todos pelos buracos que esventra.