terça-feira, outubro 30, 2007

O ar coa…

Assumo a lentidão que o corpo exige
Contraponto rude ao cérebro dado

Em dois andamentos se esgaça a sin-fonia
Puimento dos sons e das causas dos sons
Batalha sem êxito ao clamor da fífia estrídula
Corpo que cai no dia e no dia a seguir ao dia
Atraído ao êxtase da terra
A que o pensamento exuberado não se rende
Antes voa-e-foge-vital-brilhante
Para arriba das nuvens muito altas
Donde apupa manguitos aos corpos gastos
Extenuados-razantes e decrépitos
No dia em zénite rés lá voa o dito
E congemina o a-dizer
E a dinâmica da calma, da alma-calma…
Dá-lhe enfim o justo espaço e o certo tempo
Em que o corpo cede e a mente voa
E é porque o corpo cede que o efeito
Se faz águia e o ar coa…


4abril2004