domingo, dezembro 19, 2010

AQUILINO RIBEIRO - Homenagem do Diário de Notícias, 28 de Fevº de 1963

Ferreira de Castro, António Sérgio e Aquilino Ribeiro, à porta da Bertrand, em Agosto de 1941.


"...Prestes a cumprir os meus cinquenta anos de oficial num ofício de inglória matação... Conservo ainda em relativa têmpera a enxada com que tenho virado a leiva literária."


Aquilino Ribeiro, 1963

quarta-feira, dezembro 15, 2010

ISTO É OBRA DA EDP??? Não acredito!

Na 2ª feira passada, às 14H00, regressava a casa do trabalho para o merecido almocinho, deparei, estacionada em contramão, em estrada de traço contínuo, uma caminheta onde arengavam 3 indivíduos. Identificações, nenhumas, nem nas fardetas, nem no veículo. Apenas um escrito numa caixa azul "Somitel". Ao entrar em casa ouvi chamar: "Ó chefe, ó chefe!" . Como não dou pelo nome, nem "labieta" a desconhecidos, fui entrando. "Ó chefe!", clamava o persistente, "Vai demorar muito tempo em casa?". Mais admirado fiquei com a questão. Mas que tinha aquele cavalheiro de saber quanto demorava eu em casa?! Perante a insistência, lá balbuciei um "faça favor" de pouco alento. "É que sabe, precisamos de fazer umas obritas, tirar um candeeiro, e o carro...". Lá percebi, entrei no Clio e cheguei-o mais à frente, ganhando, enfim, o direito ao descansado almoço. Porém, depois de escavacarem com denodo e pouco eficaz asseio o passeio; depois de arpoarem por ali fora umas fitinhas vermelhas e brancas (parece que estão na moda!); depois de deixarem uma molhada de fios, como uma garra tenebrosa e perigosa a emergir da terra, mudaram de ideias, e sabe-se lá movidos por que critérios abstrusos, foram mudar candeeiros para o fim da rua... Hoje, 4ª feira à noite, ainda não chegaram... cá a cima... Porque fui tirar fotografias da obra "mal esgalhada", deram-lhe um jeito, intimidados com a câmara e a refilonar por baixo.
Tratando-se de electricidade e porque os monópolios em Portugal são ao virar da esquina, presumo que o dono da obra seja a EDP. Será? Não importa quem seja, mas quem funciona assim, ou assim deixa fazer, mesmo sendo para uma benfeitoria, tem pouco ou nenhum critério e deixa uma imagem de nenhum brio e diligência. Antes, de incúria e negligência.
Para acabar, um deficiente que por ali costuma descer no seu carro de inválido, depreendo que para não cair ao buraco ou ser electrocutado, deixou de sair de casa...!!!
PS: Morada --» Quinta do Bosque, 87 Viseu.




E que tal, um bacalhau às postas?

Tive que me dirigir a uma estação dos CTT para despachar correspondência. Dois guichets. Dois diligentes e muito amáveis funcionários e... uma fila interminável. Pacientemente português, tirei a senha, descobri descoroçoado que tinha sete pessoas à minha frente e que, uma 'bicha' entupira. Tentei perceber porquê... e fiquei esclarecido: Uma senhorita acabara de comprar duas canecas muito bonitinhas em fino barro, uma cautela de lotaria para o Natal e de seguida, perguntou se vendiam caixas de correio para colocar na parede de casa. A funcionária respondeu-lhe que sim. Perguntou que cores tinham. A funcionária respondeu: "Brancas e cinzentas". A cliente disse que queria ver. A funcionária foi buscar (aqui, já estava a casa cheia!). A cliente não se decidia sobre a cor... "Sabe, gosto das duas!"; a funcionária ajudou:"Mas de que cor é a casa, minha senhora?"; "É cinza", respondeu. "Então porque não leva a cinza?" (entretanto a outra 'bicha' entupira também, porque um dos clientes tinha uma pilha de meio metro de altura de cartas e registos para despachar!). "Pois é, eu podia levar a cinza...", respondeu entediada a cliente indecisa, "Vou pensar..."
Neste inteirim e face a um frémito que já se sentia no ar, a senhorita levou as canecas, a lotaria e a caixa branca, e lá saiu, enfim, toda ufana e despachada...
É o que acontece, hoje, nuns CTT transformados em mercearia da esquina. Local onde as coisas funcionam mais rapidamente. Só não despacham correio. Ou será que já despacham?

sexta-feira, dezembro 10, 2010

O Jornal Via Esen, nº 7

Acabo de chegar da gráfica, onde levantei os primeiros dos 1.500 exemplares do nº 7 do Via Esen, Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro, que criei e dirijo.
Trimestral, com mais de 40 páginas, pretende dar voz a toda Comunidade Escolar: professores, alunos, funcionários, pais, encarregados de educação, antigos alunos, parceiros sociais, etc.
Na próxima 2ª feira estará disponível no seu espaço próprio e natural: na ESENVIS!



terça-feira, dezembro 07, 2010

Par ódia


I.
O enlaçar do nó:

(De sol a sol) lábeis olhos te assestam insistente e penetrante (a questão). Esfíngica te encerras (no mistério da pedra). A areia voa (em teu torno milhões de grãos). Vem a noite (e o frio) e tu repousas. De tua boca, o (leve) suspiro, arrastado (e ténue), se ensarilha (na escuridão). A alvorada repega-te (e à luz te re-expões). E de novo os lábeis olhos (te miram), ausentes (ainda) da questão irrespondível. E será assim (por muito tempo). Não há pergunta (nem resposta). Inauditas, (ambas) se silenciam. (Só) o olhar penetra na pedra. (Sofrido do saber) que o ilumina. Grito nas areias (que em teu redor dançam como véus tapadores da nudez exposta). Contragosto do acto (e efeito do feito agora na pedra rilhado).

II.
O desenlaçar do nó:

Esperei-te (tanto). Fiz da espera ascese (e esqueci sua causa). Agora que vieste, perdi culpa (e mácula), e nesta (inesperada) pureza, meus braços não se erguem (para te acolher). Meus olhos não te reconhecem (e só o riso me ecoa de outrora). Expuseste a nudez (de um seio). (Quase). Mexeste (muito) com as mãos. (O ar). Roucamente (dispensaste) o corpo. (Em vão). Na distância, (alheado), li os sinais. (Impávido), travei a comunhão. O tempo (que demoraste)

III.
Reditus ad rem:

Que fruto teu furto deu (que não chegaste a comer)? Que tentação (te perdeu)?

quarta-feira, dezembro 01, 2010

BRAVO, MANGUALDE!

Ontem, nascia o dia, recebi um relefonema do presidente da câmara de Mangualde, dr. João Azevedo, a convidar-me para estar hoje presente numa cerimónia oficial, na Biblioteca Municipal. Como nunca fico bem no retrato e a minha presença em nada contribui para realçar a fotografia, fui-me eximindo devagarinho. Mas acabei por ir e em boa hora o fiz, porque num auditório completamente cheio, com uma organização excelente, sob o feliz título "Protocolo de Investimento - Diplomacia Económica Local", perante o Secretário de Estado, dr. José Junqueiro, o Governador Civil, dr. Miguel Ginestal e o presidente do AICEP, engº Basílio Horta, foram assinados com empresários nacionais e espanhóis, 31 protocolos para fixação de empresas, num renovado parque industrial com a área de 458.312 m2, com um total de investimentos de 42.140.000 Euros e a criação prevista de 726 novos postos de trabalho.
Isto é obra! Senti orgulho por ali estar e por poder privar com os velhos amigos de sempre, o Dr. Mário de Figueiredo, os presidentes da Junta, César, Vítor Tenreiro e Bernardino, a vice-presidente, dra. Maria José, a dra. Maria João, competente bibliotecária, o meu querido amigo e ex-presidente da autarquia, engº Barreiros, a minha colega dra. Isabela Azevedo, etc, etc, etc...
Mas mais importante que tudo é ver a obra feita, fruto de um trabalho exaustivo de "animal político", que é este jovem autarca, e da sua magnífica equipa de trabalho.
A título de curiosidade, como não levei a máquina fotográfica, recorri ao meu arquivo de milhares de fotografias e escolhi estas duas, que têm "história".
A 1ª é uma prova do cartaz feito para as primeiras autárquicas a que o dr. João Azevedo foi candidato, usando uma belíssima gravata em seda cinzenta... que eu próprio lhe ofereci.
A 2ª, num momento de lazer, com o meu velho e glorioso Triumph Spitfire, de 1972...
Bons tempos! Parabéns, João! Parabéns Mangualde e mangualdenses, que com a eleição deste autarca tiveram o discernimento para mudar e atirar para bem longe o anterior edil, que durante 12 longos anos, muito fez para tornar aquela cidade numa autarquia sem história e sem futuro.