quarta-feira, abril 30, 2008

haute école

révérence

(lápis 8B+photoshop-»cutout)


terça-feira, abril 29, 2008

orto graphos

bragais velhos
quase marfins
entretecidos

riscos

(clique sobre o bonecro)
as estantes


Pim!




noite após noite alvos e unos

segunda-feira, abril 28, 2008

morfo.........................................logias
entre forma e cor, a possível sugestão
ou a referência do Nada


domingo, abril 27, 2008

o meu corpo...


"O meu corpo é peripatético, perifrástico, pitagórico, paradoxal. Preferia-o (ou talvez não) são e analfabeto de erudições, não peripatético no claustro das dores, não perifrástico nos contornos do mal, não pitagórico na fatal irremediabilidade teoremática, não paradoxal no remate do verbo vivo com que celebro a inexorabilidade da matéria quase morta.
Viver (ainda) não é lá essas coisas!"


Botelho, Fernanda, Corpo de Baile.

filhos de Mercúrio

a luz...
que buscas intentar
para a trazer do firmamento?



sábado, abril 26, 2008

o sopro de Deus...


"Para expulsar os maus espíritos dum corpo enfermo, um feiticeiro zulu soprava no ouvido do paciente. Deus soprou na boca de Adão para lhe dar vida; e com isso deu-lhe a palavra, elemento dinâmico por natureza. Devemos amar a língua comum como sendo parte da disciplina da sobrevivência. A psique do indivíduo está longe de estar unificada. Daí os seus conflitos e o descontrolo das suas emoções. O homem é possuído por diversas almas, e a alma da jungle domina sobre as outras. A língua tenta reunir os fragmentos de todas as almas e libertar o homem para uma alma pura, duma beleza que só a beleza dos nossos sonhos consegue fazer adivinhar."




Bessa-Luís, A., Contemplação Carinhosa da Angústia, Guimarães Editores, Lda., 2000.

P-day












quarta-feira, abril 23, 2008


na rotação da angústia

"quem vos me levou tão longe?"
Bernardim R., Menina e Moça.

inscrições perpétuas

LAISSONS LA PEUR DU ROUGE AUX BÊTES AUX CORNES
les murs ont la parole
Tchou, éditeur, 68.

espreitando uma dama pouco acautelada

livros...



A Fnac abriu um espaço de 1.500 m2 em Viseu. Boas notícias. Aumentou a oferta / beneficiou o consumidor. Ontem, deambulando pelos livros e ao passar pela "magrinha" secção de publicações em francês, comprei Les Bienveillantes por 11 euros. Já tinha a edição portuguesa comprada por 30 euros, na Bertrand, agora a 27 na Fnac. Train de nuit pour Lisbonne, de Pascal Mercier, por 9,26. A edição portuguesa custa 22 euros. E Cien Años de Soledad, do Gabriel Garcia Marquez, numa irresistível edição comemorativa da Real Academia Espanhola, com cinco úteis apresentações e um glossário de 60 páginas, por 9 euros.
Podíamos pensar que a língua francesa está em saldo. Mas, pelos vistos, o castelhano também. Caro, valorizado, está o lusitano...
E depois, os nossos livreiros dizem que o mercado não está fácil. E que tal empreenderem novas políticas tornando mais acessível o livro? Porque é que uns conseguem e outros não? Custos das gráficas? Há que estimular a concorrência! Que se saiba, a mão de obra nos dois países citados, pelo menos, duplica o custo salarial da mão de obra portuguesa. Finalmente, os direitos de autor, deverão ter custos iguais.
Então porque é que um livro que em França custa 11, em Portugal custa 30 euros?!

segunda-feira, abril 21, 2008

Dizia o homem de meia idade, à jovem amiga, muito mais nova:
-- Tens hoje algo que todos os dias perdes: juventude e beleza.
Ao que ela retorquia, alterada:
-- E tu que tens, afinal?
-- Tenho hoje algo que todos os dias ganho: idade e sabedoria. Por isso, de ti me aparto.

euforia(s)


irradiações


Senhora e homem sós no Jardim Botânico.






Musil

"A importância excessiva atribuída ao lugar onde nos encontramos é um resquício da era das hordas nómadas, quando o reconhecimento dos territórios férteis era decisivo para a tribo."

Musil, R., O homem sem qualidades - I, trad., pref. e notas de Barrento, J., Dom Quixote, 2008.


domingo, abril 20, 2008

caminhos da luz


Clarisse sentada à chuva...

ANOITECEMOS NUM LÁ FORA EM ÁGUA
que chega, sobretudo, pelo brilho
de estarmos a detê-lo na palavra.
(...)
F. Echevarría, Obra Inacabada, Ed. Afrontamento.

sábado, abril 19, 2008

clarisse

( lápis 8B)
( lápis 8B + noise median 41 do photoshop)

mas, se lá fora chove...!?

e nela s'acoitando.
do prazer mui pródigos.
s'apaziguaram seus sobrantes dias.

sexta-feira, abril 18, 2008

Biblioteca Municipal de Sernancelhe

Sernancelhe, fruto de um executivo dinâmico e preocupado com a qualidade de vida dos seus munícipes, não descura a vertente cultural. Assim, vai dotar o concelho com uma infraestrutura que é uma imensa mais-valia: a Biblioteca.
Recuperando uma há muito desactivada Escola Primária do tempo do Estado Novo, na zona histórica e nobre da Vila, proporcionará, dentro em breve, um magnífico espaço para estudo, investigação e lazer a um público heterogéneo, que vai desde a faixa infanto-juvenil aos investigadores e estudiosos de Aquilino Ribeiro.
Na foto, a fachada principal, vendo-se à direita o Vereador da Cultura, dr. Carlos Santiago Silva e à esquerda o bibliófilo viseense dr. Fernando de Gouveia e Sousa.
Anexo lateral da Biblioteca.
Amplo espaço para os mais novos.
Escultura em granito da região, do artista local, Xico Lucena.
(O óvulo. )
Além de um Auditório com capacidade para 30 pessoas sentadas, haverá uma zona consagrada exclusivamente à obra de Aquilino.
Vista do piso superior.
Note-se que esta Biblioteca será inaugurada em Julho, e ainda está na fase da recepção, inventariação e instalação de milhares de volumes.
Além dos livros, haverá também filmes, música, etc.
Há localidades do país profundo que nos espantam pela qualidade de vida que oferecem.
Sernancelhe é uma delas.
Parabéns ao seu autarca, dr. José Mário Cardoso, um amigo de há 35 anos e à sua profícua equipa.
Nota: este Concelho tem na vida autárquica uma participação efectiva de mulheres muito superior e anterior à "lei das cotas", a começar pela Presidente da Assembleia Municipal e Presidentes de Juntas de Freguesia.






quinta-feira, abril 17, 2008

memorial do regresso


NOTA:
Alguém me lembrou este texto, publicado há quase um ano. Republico-o em sua atenção.


Domingo, Maio 20, 2007

Não te guardo ressentimento, diz a casa. A ti que toda me dei e tanto te guardei. Nunca percebeste que engrossei, por ti, as paredes. E quanto isso me custou. As veias a ficarem grossas e quase dilacerarem a fina pele. Amparei-te nos degraus quando neles caías. Nunca viste que a meio os dobrava como o concavo de uma palma de mão. E quando fugias para o sótão… as madeiras podres que mudavam céleres, de sítio, à chegada de teu pé. Dos vidros riscados de tantos olhos, nas velhas janelas, fiz telas que enfrentavas curioso quando de castigo arrastavas revoltado a lamúria.Eu tinha que sair de ti, meu duplo ventre, respondo perplexo. Sabes que sempre voltei. Até quando? Não está na minha ciência prevê-lo. Eu volto repetidamente. Mas tenho que ir. E mais das vezes não sei onde e a única certeza és tu, que não és o para onde vou. Também parto ciente que as mais voltas que ao mundo der são curtas para suster o apelo da tua voz.Então porque demoraste tanto a vir, desta vez? pergunta ela. De dor esboroei uma parede e sete telhas eu rachei, para por elas, lá do alto, te acenar.Eu vi. E voltei. Estava preso numa teia fina feita com fios de marfim. Muito doeu libertar-me. Mas a tua calidez não está nenhures, que não dentro de ti.Fica, pois. Agora que chegaste as tábuas do sobrado não mais rangerão a dor das fibras. A porta ficará solta e a fechadura lesta. Olhar-te-ei das tábuas do tecto. Onde estiverem os nós do castanho rasgarei olhos e ouvidos para te verem e ouvirem. Na velha cozinha, erguerei um fogo antigo de incenso e no forno, há tanto frio, cozerei a triga milha. Farei correr a fresca água do tanque, filtrada pelas morugens, para te dessedentares…Ficarei, então. Quero apenas os meus livros, uma travesseira grande e meiga e a coberta antiga. De papa, dizia minha mãe. E eu olhava as cores vermelhas e amarelas e pensava, O Papa é um arco-íris.Tudo terás. Promete-me apenas que me olharás todas as restantes noites e adormecerás nos meus olhos…Nos teus olhos quero adormecer. Oxalá nenhum ruído mais me afaste.Oxalá…

quarta-feira, abril 16, 2008

Quinta do Ladário

outras pedras, a bisel talhadas;
outras terras, terras que Dão, vinho, azeite...
e porém, em linha recta, não distam 8 léguas das do Demo
aqui, Deus rompeu sandália.



são pedras...






Os muros da Nave...