sexta-feira, julho 31, 2009

cálida...

... a brisa múrmura, nas virações da canícula, traz, de longe, ecos de Atlas...

quarta-feira, julho 29, 2009

O fascínio...


... (fascinium) que é um malefício transmitido através do olhar, acordou-me com este "bonecro" do Convento de Tabosa. O vermelho vivo é cor da força, poder e brilho -- espirituais, evidentemente. É esta trindade que se nos transmite, ainda na penumbra, mal franqueamos aquele pórtico. Segue-se-lhe, colhida na surpresa do silêncio e na beleza da pedraria, que o tempo esculpiu em meta-ordenações assimétricas, uma espiritualidade, ali, da madre terra exalada, com paralelo apenas no planalto da Lapa. Creio que hoje é moderno falar em mística (assim ouvi um treinador de futebol falar da sua equipa...), mas eu entendo-a, ainda, como mistério, como aquilo que tem um significado escondido, topos de iniciação (musticos).

Belo enfoque/ângulo/perspectiva/visão/focalização...

(fotª de P. Calheiros)
Claustro do Convento da Tabosa

Convento de Nossa Senhora da Assunção, Tabosa (II)

Incessante, o retorno, a revisitação dos lugares que trazemos no coração. O caso do Convento da Tabosa, sobre o qual, num post infra já resenhámos alguma história. Neste topos tão permanente na memória vívida de Aquilino Ribeiro, na obra O Valeroso Milagre e A Via Sinuosa (o topónimo Convento de S. Francisco de Caria é mais "despiste" de Penélope ...), respira-se uma magna calma e uma tão grande espiritualidade que nos apetece por ali deambular, horas a fio, seguindo os passos cuidosos e o gesto amável do feitor, Senhor Júlio, como nós dado à conversa e cheio de ufania do sítio de seus afectos. Ontem o "Público" trazia uma reportagem de 2 páginas sobre a sua história.
Assim, os recantos, tão dados a um pungente isolamento e bucólica reflexão.
Todo um discurso se desprende destas pedras, uma memória das suas madeiras, mil olhos de suas janelas.
As janelas... quadradas na sua receptividade ao que, dos céus é enviado.

O nosso velho amigo, Ten-Coronel Pedro Osório Bandeira Calheiros, que ontem foi "compagnon de route", na mina que fornece de água o Convento, 400 metros a seu montante.
Perfeita, aqui, a 3ª dimensão que a Renascença nos trouxe na pintura....
A esbeltíssima colunata Toscana dos Claustros.
Ontem, por feliz acaso, tivemos o gosto de conhecer e almoçar com o actual proprietário do Convento, Dr. Luís Mergulhão, descendente de sua fundadora, D. Maria Pereira, que num gesto nobre readquiriu o Convento, de novo o trazendo à posse da família, e que, com rara sensibilidade, determinação e respeito pela memória da História e do local, está a empreender o seu restauro e a acarinhar iniciativas (também internacionais) visando a divulgação deste 12º e último Convento Cisterciense, de Portugal.
(Clique nas imagens, para as aumentar)

Um céu, assim azul, onde o granito se recorta, nas suas arcarias plurais, à mão férrea da vontade humana de uma mulher talhado...
Deo Gratia!










segunda-feira, julho 27, 2009

O pai do Kiko...

... com o primo Argos (Neto, evidentemente!).

O Kiko...

que sozinho faz a festa!



O Renato...

... ontem, em visita gastronómica (só vem quando lhe cheira a 'petisqueta'):
Entrada de filetes de polvo com banana frita;
Canelones de vitela;
Soufflé de bacalhau;
Gelado de capuccino com natas;
Soufflé de banana;
Melão;
Queijo da Serra à colherada.
(alarves!)
Bebidas:
Água da mina;
Ice tea de manga e de limão;
Café caseiro.
(Ah! um velhísssimo drambuie para os/as ousado(a)s.)

cansado da brincadeira


domingo, julho 26, 2009

rebolar na relva


sexta-feira, julho 24, 2009

Carocha




quinta-feira, julho 23, 2009

Uma espécie...

de colmeia, onde, labuto, horas a fio, corrido de fora pela invernia inóspita. Ontem, sem mais, profícuo o labor, rendeu-me 14 páginas. Hoje, à porfia comigo mesmo, exijo-me apenas 10. Assim as costas e os olhos o permitam, que a cabeça, velha abóbora madura, por ora, ainda vai servindo à função...

quarta-feira, julho 22, 2009

Cinzento...

...o dia. Soturnos, os rostos. Miudinha, a chuva molha-tolos, com gotas leves, quase cálidas.
Benfazeja para aplacar as chamas que devastam pinhais, entre Sernancelhe e Penedono.

terça-feira, julho 21, 2009

férias à porta


extravagar...

... afastar-se da via; extra, fora de, vagari, errar, andar ao acaso.

segunda-feira, julho 20, 2009

caída...

... a mão, na erma pedra, já nem pelos pés pisada.

paulo neto e o sol...

...ontem estiquei-me ao sol, auscultadores nos ouvidos tomados da harmonia de Vinícius, Elis, Toquinho, Jobim... e adormeci, seráfico e quase como se não pensasse em nada (assim o poeta). Que bom! Mau mesmo foi o acordar com a sensação que deve ter um rojão no óleo da fritura... Nem a água fria serviu de linimento. Admito, também, que parte destes esbraseamentos seja doutras "pausas". Mas ainda assim... vade retro Vulcano!!! Aqui fica o 'sioux', em imagem tirada já pela aplacadora fresca nocturna.

domingo, julho 19, 2009

Vamos? Quem sabe se a sua voz é mais maviosa que certos orneares para aí zurrados?!








Vale de Citera



sábado, julho 18, 2009

anamorfia...

... ou, os vasos não comunicantes
Olhemos a imagem desta pedra...
Wasser em al. é água; do germ. antigo wase terá derivado vaso, ou do lat. vas.
Comunicar é tornar comum, pôr em relação; com o mesmo étimo de comungar, associar-se a, participar; excomungar era pôr fora da comunidade, como no lat. cristão, communio, era uma comunidade de fiéis.
Este granítico vaso deixou de comunicar, tirado de sua função e local primários. Foi excomungado e de tão alterado/invertido, na sua forma/posição, anamorfisou-se.
A maior parte das pessoas auto-excomungam-se; alterando-se radicalmente, anamorfisam-se e tornam-se vasos (o corpo humano é um continente pleno de líquidos) não comunicantes, ou seres solitários.
Por isso, a imagem supra, podia ser substituída por uma imagem da minha pessoa, de pernas para o ar.
E continuaria a ser um vaso não comunicante.
A troca de fluidos entre dois seres humanos, aquele momento de fusão entre Hermes e Afrodite, é uma culminância de comunicação dos vasos...
Quando não há troca de fluidos, posso dizer, "não me vim", e vir é deslocar-se alguém ou alguma coisa em movimento na direcção do outro; chegar a determinado local; acompanhar alguém no seu trajecto; ir para junto de alguém...
Aquele(a) que não se vem afasta-se do outro(a); diverge do destino do outro(a).
Quando se vêm os dois, em simultâneo, atingem o extâse, átomo de tempo em que permanecem extácticos (ausentes de movimento/paralisados) e fundidos um no outro.
Dá-se a osmose, que é palavra de origem grega, com significado de impulso e quer dizer difusão de um solvente através de uma membrana semipermeável que separa duas soluções de concentrações moleculares diferentes; ou influência recíproca/interpenetrtação.
Porém, não deixará de soar estranho dizer a alguém: vamos difundir solventes através da tua membrana semipermeável?
(brincadeiras etimológicas)

sexta-feira, julho 17, 2009

Congresso de Literatura, "Voltar a Ler 3"

Hoje foi dia de ir a Aveiro. Mais o Vice-Presidente da Câmª de Sernancelhe, Dr. Carlos Santiago Silva, fomos encontrar-nos com o Prof. António Manuel Ferreira, do Depº de Línguas e Culturas da UA. Estivemos a "limar arestas" da logística daquele que esperamos venha a ser o maior Congresso de Literatura sobre Aquilino Ribeiro, realizado em Portugal, que aquelas duas instituições, em parceria, levam a efeito nos dia 19 e 20 de Setembro, na terra natal do Escritor.
O cartaz do evento está bem vísivel na UA.
Os "rostos" das duas instituições organizadores do Congresso.
AMF e CSS.
No gabinete do Prof. AMF.
Um dos placards que anunciam o congresso.





quinta-feira, julho 16, 2009


quarta-feira, julho 15, 2009



terça-feira, julho 14, 2009

Tectos, Convento de Nª Sª da Assunção, Tabosa

Tecto contíguo ao referido infra. Para lá da perfeita e robusta torsa de carvalho, um tosco travejamento e, à vista, a telha de meia cana.
Interessante sobrecéu de abóbada, creio que em carvalho. Acaixotado outrora com painéis em madeira (conjecturo!?) talvez de arte popular, fins do século XVII, transição para o XVIII? Antiga capela? Se não, porquê tanto trabalho a afeiçoar a madeira àquela inúsita forma? Os caixotões de tecto mais tradicionais, geralmente de salões nobres do solar, ou de alguma sacristia, eram de centro (rectangular ou quadrado) horizontal, obliquados nas extremas até à parede, em ângulo de (+ ou -) 120º.



Granjal, Sernancelhe

Os ferros, ancestral armadilha para lobos, raposas & demais fauna selvagem.
Antiga banca de marceneiro.
Aspecto da adega, da casa do Sr. Almeida Araújo.



Granjal

Mercearia de antigamente, no meio da aldeia do Granjal. Da família Pinto. Há de tudo. Quem precisa, com este colorido, rigor geométrico e variedade de ir ao Continente/Jumbo/Modelo???
Lembro-me de ser garoto e a tertúlia, no Sátão, se fazer num lugar tipicamente semelhante, só que era numa farmácia, existente nos fundos duma casa nossa, a do club local. A célebre Farmácia Andrade, de cujo boticário -- que tem estátua de benfazejo no largo da Câmara -- meu avô Hilário contou, pelo menos, 64 filhos (entre naturais e legítimos).
Um dos seus filhos legítimos, o Francisco Andrade foi treinador de sucesso da gloriosa Académica de Coimbra, durante anos.
Bom coração, o sr. Andrade, com a sua bigodaça camiliana, grisalha e amarelada do tabaco, era um mãos rôtas e tinha mesinhas para todas as maleitas. Sobretudo para as das mal-maridadas, que lá acorriam a tratar-se de suas enfermidades.
Lembro-me de o meu avô contar que estando lá um dia em amena cavaqueira, entrou uma moçoila trigueira e esbelta, de uma aldeola próxima. O sr. Andrade, mal erguendo os olhos para ela, numa costumeira rotina, mandou-a entrar para o "laboratório", onde havia um freudiano canapé. Sobressaltado, o meu avô reconheceu a moça e num salto reteve-o, quando já ia asinho e distraído atrás dela, calquinhando as alpercatas:
--"Essa não, Andrade, que é tua filha!"

segunda-feira, julho 13, 2009


domingo, julho 12, 2009

pyramis