sábado, dezembro 30, 2006

mulher (es) 5

mulher 4

mulher 3

sexta-feira, dezembro 29, 2006

a ponte das nossas margens (vila nova de paiva)

oblíquas pendências (serra do caramulo)

desenlacemos as mãos, Lídia...

paivotas = gaivotas do paiva

quarta-feira, dezembro 27, 2006

gazela








sou a gazela.
cadê a mão que acaricia?




aquela a que outrora me furtei?

terça-feira, dezembro 26, 2006

por vezes...


I.
por vezes a noite
e o silêncio do céu
acoitam-me na solidão

II.
o vento que colhe
do meu corpo o gesto
sussurra-te o desalento

III.
há gestos que a noite esconde
e corpos que a maré recusa
numa agonia fatigada

meneio


freio de urze sustém o veado correndo nas ancas meneadas
que estremecem a raposa fulva a ladina que ilumina a rumorosa corrida
baga e vagem amora e zimbro ode silvestre sebe derrubada
o veado corre mergulha o cisne nas ancas meneadas a látego de madressilva...

segunda-feira, dezembro 25, 2006

efeba...


assim
neste tear dos sentidos
ponto a ponto
armadilha
fio a fio
protecção
corpo a corpo
perdição
...
nos tecemos.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

o tal vento...



o tal vento
o sarilheiro vento
soprador de dardos e de encantamento...

distância


ter-te perto e ao toque do corpo
certifica mas não erige

vai

deixa-me sentir-te
escrever-te-ei palavras de ardor

olhos


os olhos que olham sós...
os olhos que sós não vêem...

esperança


que queres atribuir ao futuro?
a legitimidade de um sentir,
ou a cobardia de um ressentimento?

sem linha de fuga,
no tempo presente,
morreríamos de esperança...

quarta-feira, dezembro 20, 2006

silêncio crítico


(...)" há no abstractizante um léxico
comovente...
como se saídos de um labirinto imagético mais
denso...."
(a minha melhor crítica)
IMF
...e pois me posto em silêncio, no que aconchega o
equívoco

alumiado pela confusão do sentir mais sensível
quanto menos traduzível...

a forma



a alba
cinza da noite
o terceto

sorvo




boca a boca t'engulo

nem pele

nem pena

ou escama

deterão este sorver...

terça-feira, dezembro 19, 2006

passado




o passado de ontem está perto de nós
longe o outro passado
mói os dias de hoje

deuses & demónios



no poema escrito li deuses que teimas ocultar
e os que escondes pelos demónios temidos
duais os espelhas na serenidade só simulada

mal chamada



chamei-te em vão todo o estio
não poupei teu nome à noite
e no dia longe o levaram as aves
talvez teu nome não fosse a tua essência
nem se apoderasse de ti
e por tal teu ser não reverteu em mim sequer seu eco
e hoje que lavei teu ser do nome que não lhe era
nomeio-te saudade com que fiquei
ténue e imperecível
como um crepúsculo triunfante de outro estio

eras minha lei costumo e uso
e hoje sem nome
noutras leis costumes e usos
me engendro ausente
como tu
algures
mal chamada

domingo, dezembro 17, 2006

O caminho


Mas este tem de ser o lugar.
E já que não posso aqui chegar,
não sou eu, não estou aqui, aqui não é aqui.

A Angústia da Influência, Bloom H.

espira = curva em torno de um pólo


a curva finta a recta como o tempo o homem e teu seio a sede

caio
no caos da queda
busco ainda o centro

colisão = embate recíproco de dois corpos


decreto a noite e na noite a sombra da noite
e a colisão no ponto mais negro da noite

epigrama


te entalho a força do meu sentir
que corpo algum consentiu

atopia


quis-te tanto ter perdida
querias-te tanto perder...

sábado, dezembro 16, 2006

especiarias


Não me temo de Castela
donde inda guerra não soa,
mas temo-me de Lisboa
que, ao cheiro desta canela,
o Reino nos despovoa.

Sá de Miranda

fugato


há dor no gesto quedado no cerrado medo
nas unhas que ferreiam a pele passiva
no sangue que a veia liberta e o ar liquida

sobeja um coágulo de vida que escurece
quatro linhas curtas asinho escritas
e as rugas vãs que o tempo esquece

verbo











venero o verbo e as pulsantes veias que as tocantes partes tangem

pégaso


no pégaso de lazão tão fulvo galopas todo o vale

acamada pela erva brava dos lenteiros
a nudez indómita à natureza atónita rasga o ar

queda e pasma tentilhões e freme músculos alados

crinas de fogo no cabelo ruivo prolongadas
hasteiam na cauda chicotes de desdém

nada vês tudo se arreda lesto e no primo abismo cais

grácil arqueada em rubro laivo
com o infinito em colisão final

orfeu

1. não quero ser-te comum pela ordem. é na desordem sábia e vil que comunicamos.
2. quebrei a corda prima da lira buscando o som que adivinho mas nunca ouvi.
3. canto para mim. e transformar a atonia em sinfonia.
4. não há canto sem voz. a voz tem corpo. o corpo sofre. o canto que encanta.
5. gostava de te cantar o que queres ouvir...
6. e que esse cântico fosse de júbilo ou tristeza a teu bem-querer.
7. ninguém tem o cântico do leitor.
8. ninguém canta para ti leitor. canto por ti para mim.
9. busco um sinal que pressinto e ignoro em todas as palavras...
10. rolo-as na continuada exaustão da esperança.
11. talvez um dia me falem sem que mas digam.
12. o meu canto não é o teu canto. como encantar-te pois?
epílogo:
13. o meu canto é a minha desordem. que sabes tu da minha desordem?

rio paiva


o corpo e o leito

rio paiva


a escrita na água

rio paiva


crepúsculo

esculpido pathos



(colecção de pn)

dias irae


dados dias
castigos penas
humana voz
gesto vil
escrita torpe
rasgam o tempo
dilaceram o sentimento
maculam o azul
sombreiam a alba pura...
...dias da ira

auto retrato

NECESSÁRIA INFORMAÇÃO / Estatuto Editorial

O brevitas, (figurae per detractionem), busca (com presunção!) um ideal de estilo muito pessoal quanto à imagem, ao pensamento e à linguagem.
Todas as imagens, desenhos e/ou fotografias são da autoria de Paulo Neto.
A não ser(em), claramente se indicará a origem.
O mesmo para os textos.
Serão efectuadas algumas re-publicações já surgidas no anterior blog do autor "camerobscura", entretanto desaparecido, e em jornais, revistas e livros onde PN se escreveu.
Este lugar quer-se criativo, lúdico, recreativo, polémico, reflexivo...
Pretende, também, explorar o amplo campo da interacção texto grafado / fotografia / desenho.
As fotografias pelo autor "postadas" são feitas com máquina digital e, passadas ou não, pelo Photoshop.
Os desenhos, são originais do autor, "scanarizados" e "postados", ou desenhados no Paint e trabalhados, ou não, com filtros diversos.
Aceita-se colaboração que obedeça a esta linha.
Fica agora o auto-retrato do autor, tirando assim quase os 7 véus da Salomé (a primeira stripper da História), que o mesmo é dizer, tautologicamente, que o que refere não sugere.
E La Palisse assinaria de cruz!

(in) fusas

expomorfias

carnavais feéricos 2

carnavais feéricos 1

usurpadas sombras

a brevidade de um olhar