domingo, janeiro 09, 2011

ESCURO DE PORTUGAL


A Somitel (penso), a rogo da EDP (creio), andou semanas pela Quinta do Bosque a substituir os provectos candeeiros de iluminação pública por uns novos, de gosto mais que duvidoso, esguios e compridos, talvez para não se fundirem as lâmpadas à pedrada.
Mas pensámos (a persistente esperança lusíada...): agora sim, vamos ter luz à noite -- até e porque (achamos) o bairro a merece!
Mas não. Os candeeiros não dão luz, dão sombra à sombra! À minha porta, só se apagaram, céleres, 3, fazendo da noite mais noite. Num convite aos amigos do alheio, que andam por aí, impunes, em manada... A EDP será sigla de Escuro de Portugal? Façam-nos um favor, pela vª rica saúdinha: recoloquem os candeeiros velhinhos, que, apesar da idade, ainda davam um fio de luz, como os candeeiros a petróleo do século XVIII.
Como é que a Câmara Municipal de Viseu permite coisas destas? Porque tanta negligência, falta de competência e desrespeito pelo utente? Ninguém é nunca responsabilizado? Deve ser fado português!

quarta-feira, janeiro 05, 2011

A (re)qualificação da Escola Secundária de Emídio Navarro ou a desarticulação de um património?

A ESEN é secular. Por ela passaram milhares de alunos, professores e funcionários. Há meses que anda em obras. De requalificação, dizia-se. Que orçavam em 10 milhões de euros, acrescentava-se. Que o dono da obra era um tal Parque Escolar, SA, murmurava-se. Que era uma empresa de Viseu a empreiteira, sabia-se.
Criaram-se expectativas. Funcionou-se precariamente, no meio de ruídos e dentro de pré-fabricados, que hoje, por eufemismo têm um nome parecido com "monoblocos-patati-patata...".
Tudo a Comunidade Escolar superou para receber no início do 2º período a sua Escola requalificada.
Na 2ª feira, dia 2 de Janeiro, o pesadelo era mau de mais para ser verdadeiro... A empresa, ao que se sussurrra entregou a obra no dia; o lixo de obra foi apenas disfarçado e limpo pelos alunos e professores; chove um pouco por ali e por acolá; sobem-se escadas e esbarramos de caras com WC's de alunos de porta aberta; os corredores estreitaram e tornaram-se em algo parecido com alas prisionais; o aquecimento não funciona, mas o AC vomita um gélido bafo que enregela e enrouquece; no meio do edifício, uma espécie de enlameados claustros inacessíveis; a biblioteca e o museu ficaram no outro extremo, tão longe que ninguém lá irá (metafórica forma de afastar a cultura); a descaracterização é total; as cores aberrantes (um "rosé" tinto do pior)... Não encontrei um funcionário alegre, um professor satisfeito, um aluno contente. E o bizarro que se segreda: a ESEN vai passar a pagar uma renda mensal à tal "Parque Escolar"... a ser verdade, numa engenharia financeira contemporânea, mas de difícil entendimento.
Quem, afinal, ganhou com esta presumível requalificação?
Decerto que nem Viseu nem a comunidade escolar da ESEN...
Quem explica à opinião pública este desastre?

sábado, janeiro 01, 2011

LAR RESIDENCIAL DE STA. MARIA

DECERMILO
SÁTÃO

VENHA VISITAR-NOS!

http://www.larstamaria.com/

domingo, dezembro 19, 2010

AQUILINO RIBEIRO - Homenagem do Diário de Notícias, 28 de Fevº de 1963

Ferreira de Castro, António Sérgio e Aquilino Ribeiro, à porta da Bertrand, em Agosto de 1941.


"...Prestes a cumprir os meus cinquenta anos de oficial num ofício de inglória matação... Conservo ainda em relativa têmpera a enxada com que tenho virado a leiva literária."


Aquilino Ribeiro, 1963

quarta-feira, dezembro 15, 2010

ISTO É OBRA DA EDP??? Não acredito!

Na 2ª feira passada, às 14H00, regressava a casa do trabalho para o merecido almocinho, deparei, estacionada em contramão, em estrada de traço contínuo, uma caminheta onde arengavam 3 indivíduos. Identificações, nenhumas, nem nas fardetas, nem no veículo. Apenas um escrito numa caixa azul "Somitel". Ao entrar em casa ouvi chamar: "Ó chefe, ó chefe!" . Como não dou pelo nome, nem "labieta" a desconhecidos, fui entrando. "Ó chefe!", clamava o persistente, "Vai demorar muito tempo em casa?". Mais admirado fiquei com a questão. Mas que tinha aquele cavalheiro de saber quanto demorava eu em casa?! Perante a insistência, lá balbuciei um "faça favor" de pouco alento. "É que sabe, precisamos de fazer umas obritas, tirar um candeeiro, e o carro...". Lá percebi, entrei no Clio e cheguei-o mais à frente, ganhando, enfim, o direito ao descansado almoço. Porém, depois de escavacarem com denodo e pouco eficaz asseio o passeio; depois de arpoarem por ali fora umas fitinhas vermelhas e brancas (parece que estão na moda!); depois de deixarem uma molhada de fios, como uma garra tenebrosa e perigosa a emergir da terra, mudaram de ideias, e sabe-se lá movidos por que critérios abstrusos, foram mudar candeeiros para o fim da rua... Hoje, 4ª feira à noite, ainda não chegaram... cá a cima... Porque fui tirar fotografias da obra "mal esgalhada", deram-lhe um jeito, intimidados com a câmara e a refilonar por baixo.
Tratando-se de electricidade e porque os monópolios em Portugal são ao virar da esquina, presumo que o dono da obra seja a EDP. Será? Não importa quem seja, mas quem funciona assim, ou assim deixa fazer, mesmo sendo para uma benfeitoria, tem pouco ou nenhum critério e deixa uma imagem de nenhum brio e diligência. Antes, de incúria e negligência.
Para acabar, um deficiente que por ali costuma descer no seu carro de inválido, depreendo que para não cair ao buraco ou ser electrocutado, deixou de sair de casa...!!!
PS: Morada --» Quinta do Bosque, 87 Viseu.




E que tal, um bacalhau às postas?

Tive que me dirigir a uma estação dos CTT para despachar correspondência. Dois guichets. Dois diligentes e muito amáveis funcionários e... uma fila interminável. Pacientemente português, tirei a senha, descobri descoroçoado que tinha sete pessoas à minha frente e que, uma 'bicha' entupira. Tentei perceber porquê... e fiquei esclarecido: Uma senhorita acabara de comprar duas canecas muito bonitinhas em fino barro, uma cautela de lotaria para o Natal e de seguida, perguntou se vendiam caixas de correio para colocar na parede de casa. A funcionária respondeu-lhe que sim. Perguntou que cores tinham. A funcionária respondeu: "Brancas e cinzentas". A cliente disse que queria ver. A funcionária foi buscar (aqui, já estava a casa cheia!). A cliente não se decidia sobre a cor... "Sabe, gosto das duas!"; a funcionária ajudou:"Mas de que cor é a casa, minha senhora?"; "É cinza", respondeu. "Então porque não leva a cinza?" (entretanto a outra 'bicha' entupira também, porque um dos clientes tinha uma pilha de meio metro de altura de cartas e registos para despachar!). "Pois é, eu podia levar a cinza...", respondeu entediada a cliente indecisa, "Vou pensar..."
Neste inteirim e face a um frémito que já se sentia no ar, a senhorita levou as canecas, a lotaria e a caixa branca, e lá saiu, enfim, toda ufana e despachada...
É o que acontece, hoje, nuns CTT transformados em mercearia da esquina. Local onde as coisas funcionam mais rapidamente. Só não despacham correio. Ou será que já despacham?

sexta-feira, dezembro 10, 2010

O Jornal Via Esen, nº 7

Acabo de chegar da gráfica, onde levantei os primeiros dos 1.500 exemplares do nº 7 do Via Esen, Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro, que criei e dirijo.
Trimestral, com mais de 40 páginas, pretende dar voz a toda Comunidade Escolar: professores, alunos, funcionários, pais, encarregados de educação, antigos alunos, parceiros sociais, etc.
Na próxima 2ª feira estará disponível no seu espaço próprio e natural: na ESENVIS!



terça-feira, dezembro 07, 2010

Par ódia


I.
O enlaçar do nó:

(De sol a sol) lábeis olhos te assestam insistente e penetrante (a questão). Esfíngica te encerras (no mistério da pedra). A areia voa (em teu torno milhões de grãos). Vem a noite (e o frio) e tu repousas. De tua boca, o (leve) suspiro, arrastado (e ténue), se ensarilha (na escuridão). A alvorada repega-te (e à luz te re-expões). E de novo os lábeis olhos (te miram), ausentes (ainda) da questão irrespondível. E será assim (por muito tempo). Não há pergunta (nem resposta). Inauditas, (ambas) se silenciam. (Só) o olhar penetra na pedra. (Sofrido do saber) que o ilumina. Grito nas areias (que em teu redor dançam como véus tapadores da nudez exposta). Contragosto do acto (e efeito do feito agora na pedra rilhado).

II.
O desenlaçar do nó:

Esperei-te (tanto). Fiz da espera ascese (e esqueci sua causa). Agora que vieste, perdi culpa (e mácula), e nesta (inesperada) pureza, meus braços não se erguem (para te acolher). Meus olhos não te reconhecem (e só o riso me ecoa de outrora). Expuseste a nudez (de um seio). (Quase). Mexeste (muito) com as mãos. (O ar). Roucamente (dispensaste) o corpo. (Em vão). Na distância, (alheado), li os sinais. (Impávido), travei a comunhão. O tempo (que demoraste)

III.
Reditus ad rem:

Que fruto teu furto deu (que não chegaste a comer)? Que tentação (te perdeu)?